Metodologia da educação superior I
Adelcio Machado dos Santos*
Não constitui novidade que muitos docentes da educação
superior e igualmente as autoridades educacionais reconhecem a necessidade de
uma formação pedagógica e didática, inserida na disciplina Metodologia da
Educação Superior.
Com base em Kuenzer (2001), uma
concepção curricular realmente transformadora deve privilegiar a qualidade e a
quantidade, porém essa qualidade somente se estabelecerá a partir do momento em
que o aluno passa a ter o direito de elaborar suas próprias sínteses em
organização adequadamente equipada, substituindo-se a concepção dominante,
atualmente, de trabalho pedagógico, em que o professor, ator central do
processo, autoritariamente transmite a sua síntese particular, não permitindo
ao aluno construir significados e desenvolver suas competências cognitivas
complexas em situações de aprendizagem planejadas para essa finalidade.
De modo bem nítido, verifica-se a
importância da passagem do docente universitário pela metodologia e didática
pedagógica na educação superior.
A Metodologia da Educação Superior se faz presente, segundo
Gil (1997), na elaboração de planos de ensino, formulação de objetivos, seleção
de conteúdos, escolha das estratégias de ensino e instrumentos de avaliação da
aprendizagem.
Observa-se, então, que para um
ensino de qualidade, a Metodologia de Ensino Superior é tão importante quanto
os conhecimentos que o professor adquire ao longo dos seus estudos.
De acordo com Cappelletti (1992),
a metodologia de ensino nos cursos superiores é entendida exclusivamente como
aulas expositivas e leituras de textos. Estratégias de ensino que poderiam
favorecer a aquisição de habilidades, hábitos e desenvolvimento das capacidades
cognitivas que, no entanto, raramente estão presentes restringindo a cognição
ao domínio de conhecimentos.
Verifica-se que urge um
compromisso de transformação social na seleção dos conteúdos, na metodologia e,
sobretudo, na sistemática de avaliação. No que se refere à avaliação da
aprendizagem, nota-se que as dificuldades vão desde sua concepção até a
elaboração dos mais simples instrumentos avaliativos.
Desta forma, tendo em vista a
melhoria da qualidade do ensino, é preciso rever as metodologias, e oferecer a
todos os docentes universitários a oportunidade de participarem de cursos de
didática-pedagógica, tendo em vista que seja qual for a área de atuação do
docente, estará ele face ao desafio do processo ensino-aprendizagem.
Abreu e Masetto (1982), afirmam que toda aprendizagem, para
que realmente aconteça, precisa ser significativa para o aluno, ou seja,
precisa envolvê-lo como um todo, como pessoa abrangendo suas ideias,
sentimentos, cultura e sociedade. Para tanto, faz-se necessário que a
aprendizagem esteja relacionada com o universo de conhecimentos, experiências e
vivências do aluno.
Ainda segundo os autores, a
aprendizagem deve permitir ações como: Formular problemas e questões que de algum modo, o envolvam
ou lhe interesse; Entrar em confronto experiencial com problemas práticos de
natureza social, ética, profissional, que lhe seja relevante; Participar com responsabilidade
do processo de aprendizagem; Permitir e ajudar a transferir o conhecimento obtido em sala
de aula para outras circunstâncias e situações de vida; e ainda suscite mudanças
no comportamento e até mesmo na personalidade do aluno.
* Pós-Doutor pela Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC); Especialista em Gestão Educacional , em Psicopedagogia e em
Supervisão, Orientação e Administração Escolar; Reitor da Universidade Alto
Vale do Rio do Peixe (UNIARP); Advogado (OAB/SC nº 4912), Administrador (CRA/SC
nº 21.651) e Jornalista (MTE/SC nº 4155).
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