sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Coluna Osni R. Mello 27 Dezembro



"A consciência é a última e mais tardia evolução da vida orgânica e, por conseguinte, o que nela existe de menos acabado e de mais frágil" Friedrich Nietzsche




Uvas, vinhos e longevidade


O início do ano é um bom momento para pensar nestas coisas. Principalmente depois de toda comilança. Por isso este interessante texto do mestre Drauzio Varella, sobre a longevidade. 


Para viver mais, é preciso comer menos. Comecei com essa frase uma conferência sobre o papel da restrição calórica na longevidade dos seres vivos, fenômeno demonstrado em ratos de laboratório pela primeira vez na década de 1930. De fato, nessas pesquisas iniciais ficou demonstrado que ratos submetidos a dietas de baixo conteúdo calórico viviam até 40% mais do que ratos alimentados “ad libitum” (liberados para comer quanto desejassem).

Essa relação inversa entre a quantidade de calorias ingeridas e o número de dias vividos foi mais tarde confirmada em fungos, moscas, mosquitos, vermes, aranhas, sapos e peixes. Experimentos mais recentes sugerem a validade dessa associação até em macacos, que são primatas, como nós.

Partindo do princípio de que a natureza não demonstra interesse em favorecer a sobrevivência de qualquer espécie e de que a evolução não criou nenhum mecanismo exclusivo para beneficiar ou prejudicar a espécie humana, na palestra acrescentei ser altamente provável que uma dieta pobre em calorias também retardasse o envelhecimento e prolongasse a vida humana. Nesse momento, numa das cadeiras da frente, um rapaz de rosto redondo e corpo avantajado reclamou: – Se for para viver sofrendo, prefiro morrer mais cedo!

Para consolo dos que concordam com a filosofia acima, as bases moleculares que explicam o mecanismo pelo qual a restrição calórica retarda o envelhecimento têm sido esmiuçadas nos últimos anos e conduzido a conclusões surpreendentes, segundo revisão publicada na revista Science por Stephen Hall, autor do livro “Mercadores da Imortalidade”.

Nessa linha de trabalho, pesquisadores de Harvard demonstraram que algumas pequenas moléculas presentes nos vegetais conseguem mimetizar os efeitos da restrição calórica prolongando o tempo de vida de certos fungos em até 70% e protegendo células humanas dos efeitos letais das radiações ionizantes. Tais moléculas pertencem à família dos polifenois, substâncias encontradas em uvas, vinho tinto, óleo de oliva e outros alimentos.

Pesquisas realizadas no MIT, em Boston, permitiram demonstrar que, nos fungos, essas moléculas agem por meio da ativação de um gene chamado SIR2. A ativação desse gene resulta em aumento da longevidade do fungo. E mais: se retirarmos o gene SIR2 do fungo e o submetermos à restrição calórica, não acontece o esperado aumento de longevidade, demonstrando ser ele essencial ao controle de duração da vida. Mecanismo semelhante parece ocorrer também em vermes e nas mosquinhas que voam sobre bananas maduras, as drosófilas. Em células humanas também, graças à ação dos polifenóis sobre um gene análogo àquele existente nos fungos, batizado como SIRT1.

Procurando novas moléculas com propriedades semelhantes às dos polifenóis, o grupo do MIT identificou mais 15 compostos. O mais potente deles é o resveratrol, encontrado na uva e no vinho tinto, substância capaz de potencializar a atividade do gene SIRT1 humano. Essa capacidade do resveratrol em ativar o gene SIRT1, ligado à longevidade, tem sido invocada para explicar o paradoxo francês: a constatação de que, apesar da dieta rica em gordura, os franceses apresentam 40% menos ataques cardíacos do que os americanos, diferença classicamente atribuída pelos epidemiologistas ao consumo generalizado de vinho tinto na França.

Qual seria a lógica para a natureza conservar na evolução de espécies tão diversas quanto fungos e homens genes cuja ativação prolonga a longevidade das células? Por que razão compostos como o resveratol produzidos em plantas ativariam esses genes em animais? A resposta foi dada por T. Dobzhansky, um dos mais influentes geneticistas do século, décadas antes dessas experiências terem sido realizadas: “Nada na Biologia faz sentido, exceto à luz da evolução”.

Genes capazes de interromper o processo de envelhecimento e, consequentemente, de aumentar a longevidade entrariam em ação nos momentos de estresse, como aquele representado pela falta de alimentos, por exemplo. Na seleção natural, indivíduos portadores desses genes provavelmente levaram vantagem reprodutiva sobre os que envelheciam mais rapidamente, quando as condições do meio se tornavam desfavoráveis.

Da mesma forma, as plantas capazes de sintetizar compostos dotados da propriedade de ativar esses mesmos genes, nas fases de estresse ocasionado pela falta de água ou nutrientes no solo, também levaram vantagem seletiva. Como todos os seres vivos descendem de ancestrais comuns, não é de estranhar que os animais se beneficiem da ação desses compostos ao ingeri-los sob a forma de cacho de uvas, azeite de oliva ou copo de vinho. Sorte nossa!




O ano de Reno Caramori


Um dos melhores exercícios, o que dá mais prazer para colunistas políticos, é fazer previsões sobre o futuro dos políticos. Por isso vou me atrever a escrever algumas palavras sobre o futuro do nosso representante na Assembleia Legislativa (Alesc): deputado Estadual Reno Caramori (PP), que vai para sua 7ª legislatura. Reno esta na dependência de uma conjuntura de forças para recuperar o seu potencial de votos, que diminuiu com a ascensão de Valdir Cobalchini (PMDB). Se Cobalchini for candidato a deputado federal, ou vice-governador, como cogitado, e o PP inda estiver junto na polialiança, tem tudo para fazer uma boa eleição. Caso contrário terá que juntar todas as forças para não repetir o resultado da última. E juntar forças quer dizer boas alianças, que contemplem os mais diversos grupos da sociedade, não o isolamento na oposição. Afinal Reno representa Caçador e região.





Empregos e renda em Caçador


Tornou-se comum nas rodas de conversa a máxima: “Existe emprego, mas o povo não quer trabalhar”. Esta afirmação é uma meia verdade, pois deixa de analisar o contexto do problema e algumas variáveis como: demanda e qualificação.

            Tomando como exemplo Caçador, que é uma cidade industrializada e tem um comércio forte, podemos observar que a demanda por trabalhadores é crescente, mas os níveis de salários e a qualificação não acompanham este crescimento.

            Com demanda aquecida e falta de trabalhadores qualificados e normal que as pessoas a procura de emprego priorizem as vagas que oferecem melhores salários e mais benefícios. Portanto não quer dizer que o trabalhador não quer trabalhar. Quer dizer que o trabalhador não quer trabalhar pelo salário oferecido.

            Para solucionar o problema duas medidas naturais seriam importantes: melhorar o nível de salários para reter os funcionários qualificados; Acompanhar a demanda dos setores por funcionários qualificados e oferecer esta qualificação.




Caças e empregos


A compra dos caças Gripen NG, da empresa sueca Saab, para renovar a frota da Força Aérea Brasileira (FAB), irá criar cerca de 5 mil empregos diretos na linha de montagem na região do ABC paulista, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, Jefferson José da Conceição. Além disso, a fabricação de partes do avião em terras brasileiras trará 17 mil novos empregos indiretos com a instalação da indústria sueca em São Bernardo, de acordo com a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) da CUT.




País estranho


O Brasil esta vivendo um momento estranho. Temos presos políticos por utilizar caixa dois e a imprensa contra uma lei que acaba com o caixa dois. Temos condenados por caixa dois soltos e processos de caixa dois que aconteceram antes que ainda nem foram julgados, e quem sabe nunca serão.


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