5 perguntas/Luciane
Pereira
“Como educadora há mais de 30 anos sei da importância de se
investir em educação”
Natural de Caçador, a candidata à deputada estadual Luciane
Pereira iniciou a sua luta política e social na década de 80. Época em que foi
incentivadora da criação da Associação dos Professores Municipais e participou
da fundação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Caçador e do
SINTE-SC.
Professora, pós-graduada em Psicopedagogia
e Mestra em Planejamento Educacional, Luciane protagonizou sua caminhada e
atuação pelos movimentos em prol da Democratização da Educação. Também Dedicou
20 anos de trabalho a APAE de Caçador e foi precursora, no Meio-oeste, da
inclusão da Educação Especial no processo de redemocratização do ensino.
Luciane também já foi Secretária
Legislativa e Diretoria Geral da Câmara de Vereadores de Caçador e Secretária
da Educação. Primeira mulher a se eleger para o executivo de Caçador pelo
Partido dos Trabalhadores, Luciane ocupa hoje o cargo de vice–prefeita de
Caçador, pelo segundo mandato.
Enfim, Luciane tem uma história
de vida e de participação ligada diretamente às lutas em defesa das mulheres,
dos idosos, crianças, principalmente no que diz respeito à educação, saúde,
cultura, desenvolvimento regional e democracia política.
O exemplo de vida de Luciane é um
reforço à autoestima da mulher e um incentivo a participação cada vez maior da
população do interior nos rumos da política estadual. Espelha, também, a força
e a importância da atuação do PT.
1 - Qual a principal proposta para Caçador e região que vai defender na
Assembleia Legislativa, se for eleito?
Luciane Pereira:
Acredito que um deputado ou deputada não pode atuar em prol de uma única região
ou cidade. Se ele fizer isso pecará politicamente. Mas eu costumo dizer que
Caçador, por ser a minha cidade natal, bem como toda a região, será sempre
lembrada por mim na Assembleia Legislativa com muito carinho. Também ressalto
que nunca deve existir uma única proposta, pois todas as áreas são importantes.
Eu, por exemplo, por ser professora há mais de 30 anos, trabalharei mais
voltada à educação por entender muito bem a área. Mas também tenho propostas
interessantes para a saúde, cultura, esporte, lazer, juventude, mulher, idosos,
agricultura, meio ambiente, segurança, indústria e comércio.
2 - Qual a sua opinião e o que vai
propor para combater a corrupção na administração pública, o principal problema
da política partidária na atualidade?
Luciane: A
corrupção é um problema sério. E um estudo realizado em 2012 pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento revelou o preço que o Brasil paga pela
corrupção. O valor, acredite, chega a R$ 200 bilhões por ano! E quem paga essa
conta é o brasileiro, o trabalhador honesto, a pessoa de bem que paga seus
impostos. É um valor que se investido resolveria muitos problemas em nosso
país. Isso não está certo e deve parar. E quem me conhece sabe que eu tenho
mãos limpas, trabalho pensando no povo e no meu compromisso com ele. E para
reforçar isso como deputada apresentarei projetos que denomino de democracia
política. É algo simples: aumentar a fiscalização dos gastos públicos e desenvolver
uma administração mais próxima do povo. Não há um modo de cortar o mau político
do poder, porque ele sempre continuará sendo eleito ou entrando na
administração pública de outras formas. Mas, se a população tiver mais
condições de fiscalizar, esse seria o fim da corrupção. Somente com ferramentas
que ampliem a fiscalização é que os corruptos serão cada vez mais vistos pela
sociedade. Com isso, aumentam-se as denúncias, e cada julgamento servirá de
exemplo para que os próximos não façam o mesmo.
3 - A saúde é um dos principais problemas e também uma das principais
reivindicações dos catarinenses. Quais suas propostas para a saúde?
Luciane: Saúde é tudo. Conheço a realidade dos hospitais e
unidades de saúde. Penso que a população tem o direito de receber um bom
atendimento e serviços de qualidade, mas também sei que são necessários mais
investimentos nessa área para que isso aconteça. Além de mais recursos para
hospitais filantrópicos, que é a realidade de nossa região, tenho uma proposta
bastante interessante para Santa Catarina, que é a expansão dos Centros de
Referência de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, ou CEREST, em cada
macrorregião do Estado. Hoje, sabemos que a grande maioria dos trabalhadores é
exposta há muitas situações maléficas para sua saúde física e mental, seja a
curto ou a longo prazo. Muitos atendimentos no SUS ocorrem por esses problemas.
Precisamos acabar com isso. E a CEREST é a melhor forma, pois promove ações
para melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida do trabalhador e
trabalhadora com prevenção e vigilância.
4 - Pela última pesquisa do IDEB,
Caçador conseguiu uma nota 5,1 nas séries iniciais e de 3,4 nas séries finais
do ensino básico. O que o candidato vai fazer para mudar esta situação?
Luciane: Como
educadora há mais de 30 anos sei da importância de se investir em educação,
pois é ela que previne uma série de outros problemas sociais. Pesquisas já
comprovam que mais investimentos nessa área reduzem o número de atendimentos no
SUS e a ocorrência de crimes, por exemplo. Portanto, aposto firme na educação
integral em Santa Catarina. Esse projeto desenvolve atividades extraclasse,
auxilia no desenvolvimento intelectual e social do aluno, além de oportunizar
que ele se desenvolva em outras áreas, como esporte, cultura e arte. Também
acredito que um professor, para atuar satisfatoriamente em sua sala de aula,
deve estar motivado e contente com o seu trabalho. Para isso, na Assembleia
Legislativa darei atenção especial ao plano de cargos e salários para que ele
se torne digno aos profissionais da educação. Em contrapartida, cobrarei mais
formação continuada dos professores, pois traz inúmeros benefícios à qualidade
de ensino. Ainda, e não menos importante, articularei ações para implantar e
ampliar as Universidades Federais e Estadual no interior do Estado e
iniciativas para estudantes e professores usufruírem de transporte gratuito.
5 - Caçador e os municípios da Região do Contestado ainda estão entre os
piores IDHs de Santa Catarina e do Brasil. Qual a sua proposta para mudar esta
realidade?
Luciane: Sou
caçadorense e acredito no potencial da minha região. Como deputada estadual
trabalharei com um olhar diferenciado pelo meu povo, que engloba mais de 28
pequenas cidades catarinenses, as quais há décadas vem sofrendo com a falta de
investimentos da área pública. Quem precisa realmente de investimentos são os
municípios menos favorecidos, aqueles que sofreram durante toda a sua história
com pobreza e esquecimento, tal como a região do Contestado. E para resolver
isso, quero integrar ações entre o Governo Federal e Estadual, incentivar
políticas públicas que visem à inclusão social e qualidade de vida e criar leis
e formas de incentivo para a geração de emprego e o aumento da renda da
população catarinense. Também quero apoiar a agroindústria, a agricultura
familiar e o cooperativismo, que são muito presentes em nossa região. Chega de
políticos que beneficiam apenas as grandes cidades. Está na hora da região
Meio-oeste ter representatividade verdadeira na Assembleia Legislativa.
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