segunda-feira, 7 de abril de 2014

Extraordinária



CARTA AOS EMEDEBISTAS



 Joinville, 30 de Março de 2014


Prezadas e Prezados Companheiros,

                               Em 15 das 16 eleições que disputei, levei, sempre, o MDB velho de guerra a retumbantes vitórias.

                               Sempre que o Partido me convocou (inclusive para eleições quase imposssíveis, como para Prefeito, em 1966; e para governador,em 2002), ofereci o meu nome, sem nenhuma hesitação, para elevar, sempre bem alto, a bandeira do PMDB.  Para enfrentar o pleito municipal, renunciei a uma eleição certa de Presidente da Câmara dos Deputados; para poder concorrer a governador, renunciei a 2 anos e 9 meses do mandato de Prefeito.

                               Em 1989, nosso Partido tinha 22 dos 23 Governadores, e a maioria esmagadora dos senadores, dos deputados federais e estaduais;  dos  Prefeitos, Vice-Prefeitos e vereadores. Era o único que tinha presença em todos os municípios!

Lançamos candidato a Presidente da República o Deputado Ulysses Guimarães, o maior estadista dos nossos tempos. Qual foi o resultado? O Dr. Ulysses fez apenas 3% dos votos. Por que? Porque ele era o Vice-Presidente, assumiu diversas vezes, e ocupávamos espaços generosos no Governo Sarney. O povo não acreditou que pudéssemos virar oposição, de uma hora para outra.    

Em 1998, pelo mesma presunção de que o PMDB, sozinho,  pode tudo, sofremos uma retumbante derrota para o Governo do Estado.

 Estou no fim da minha vida pública.  Com a minha longa experiência, cumpro a responsabilidade de alertá-los para que aquela triste história, que deixou o nosso Partido tão fragilizado e desnorteado, não volte a acontecer.

Tenho respeito, admiração e afeição aos companheiros que defendem a candidatura própria. Também quero a volta do PMDB ao Governo, mas,  com toda a certeza, isso acontecerá normalmente em 2018. 



Alinho abaixo, 15 razões para demonstrar que a análise sensata e equilibrada da realidade atual recomenda a manutenção da coligação que firmamos em 2010:



1.       Quando nos coligamos para eleger o Governador Raimundo Colombo, a lei já lhe assegurava o direito de postular a reeleição.

2.       Somos Governo, temos, no companheiro Eduardo Pinho Moreira, o Vice-Governador, além da maioria dos integrantes dos cargos de confiança.

3.       Em Joinville, só elegemos o Prefeito Udo Döhler, porque desembarcamos do Governo Municipal, entregando todos os cargos, um ano e seis meses antes das eleições!

4.       Continuamos ocupando os cargos indicados pelo Partido. E se, no dia 27, deixarmos todas as funções de confiança (o que seria o gesto de mínima de dignidade política!), ainda assim o povo entenderia como decisão tardia e oportunista, o que, sem dúvida,  repeteria o insucesso da candidatura presidencial do Dr. Ulysses.

5.       Não coligados, levaremos o Partido ao isolamento, ao enfraquecimento, e à impossibilidade de vencer, em candidatura solitária, ladeira acima.

6.       Coligados, manteremos a Vice-governança, e, assim, assumiremos o Governo em 2018, já que o Governador Raimundo Colombo será candidato  a Senador.

7.       Coligados, faremos eleição de morro abaixo,aumentando as nossas bancadas de deputados estaduais e federais, e os espaços no Governo. Assim, poderemos apoiar, ainda com mais força, os nossos Prefeitos, nos seus atuais mandatos e nas futuras campanhas eleitorais.

8.        Coligados, vamos negociar uma nova relação com o Governo Colombo, para restabelecer a força da DESCENTRALIZAÇÃO, das Secretarias e dos Conselhos regionais.

9.       Coligados, seremos beneficiados pela geografia das urnas, o que aumentará, ainda mais,  a presença do nosso Partido e dos nossos companheiros no Governo.

10.     Coligados, seremos co-responsáveis pelo canteiro de obras em que o nosso Governo tornará Santa Catarina, aplicando os NOVE BILHÕES DE REAIS repassados pelo Governo Federal, cuja maioria dos investimentos encontra-se nas fases de projeto, desapropriação, licença ambiental ou licitação (o que demora, normalmente, de um a um ano e meio).

11.     Coligados, preservaremos nossas posições no Governo, mantendo a visibilidade do PMDB, essencial para o maior êxito nos nossos candidatos à Assembléia Legislativa e ao Congresso Nacional.

12.    Coligados, não entregaremos as nossas posições aos nossos adversários históricos, e, assim, não permitiremos a ressurreição das lideranças que derrotamos em quatro eleições recentes. Não se esqueçam: o político é o único animal que ressuscita!

13.     Coligados, participaremos de uma enorme reunião de Partidos. E, assim, ocuparemos, de longe, o maior tempo de rádio e TV, o que  aumentará significativamente o sucesso eleitoral dos nossos candidatos ao Poder legislativo.

14.     Coligados, manteremos a unidade do PMDB, sem ter que enfrentar o salve-se quem puder de uma ruptura abrupta do com o Governo, às vésperas das eleições.

15.     Não coligados, o que diremos? Que propostas apresentaremos? Teremos autoridade para criticar as políticas de saúde, da administração, da infra-estrutura, da Justiça, da Celesc, do Deinfra, do Deter, da Fatma, do Iprev, da Codesc, da SC Gás, e de tantas outras áreas que são geridas por companheiros do PMDB?

Isso não vai levar – como aconteceu com o Dr. Ulysses -- à divisão, ao descrédito e à perda do apoio popular?!



Companheiras e companheiros, observem que não há nenhum companheiro pleiteando candidatura própria, também,  para Presidente da República. Por que? Pelas mesmas dificuldades e obstáculos que detalhei acima: o Vice-Presidente da República é o nosso Presidente Nacional, Michel  Temer; e o PMDB ocupa vários Ministérios e importantes cargos no Governo da Presidente Dilma Roussef.   Nossos companheiros sabem que – POR ESTAS MESMAS RAZÕES -- é inviável tanto a candidatura a Presidente da República, quanto desembarque do Governo Federal, agora, tão perto das eleições.

       Pedindo que reflitam sobre o passo que vão dar no dia 26, peço-lhes o voto pela COLIGAÇÃO, para que a continuidade do projeto vitorioso,   potencialize, ainda mais,  a grandeza do nosso PMDB, assegurando-lhe a volta ao cargo de Governador do Estado em 2018.

       Em 2018, encerro a minha vida pública. Minha última missão será levar o PMDB de volta ao Governo do Estado, daqui a apenas três anos.

       Forte abraço.

 Luiz Henrique

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