Joinville, 30 de Março de 2014
Prezadas e Prezados Companheiros,
Sempre que o
Partido me convocou (inclusive para eleições quase imposssíveis, como para
Prefeito, em 1966; e para governador,em 2002), ofereci o meu nome, sem nenhuma
hesitação, para elevar, sempre bem alto, a bandeira do PMDB. Para enfrentar o pleito municipal, renunciei
a uma eleição certa de Presidente da Câmara dos Deputados; para poder concorrer
a governador, renunciei a 2 anos e 9 meses do mandato de Prefeito.
Em 1989, nosso
Partido tinha 22 dos 23 Governadores, e a maioria esmagadora dos senadores, dos
deputados federais e estaduais; dos Prefeitos, Vice-Prefeitos e vereadores. Era o
único que tinha presença em todos os municípios!
Lançamos candidato a Presidente da República o
Deputado Ulysses Guimarães, o maior estadista dos nossos tempos. Qual foi o
resultado? O Dr. Ulysses fez apenas 3% dos votos. Por que? Porque ele era o
Vice-Presidente, assumiu diversas vezes, e ocupávamos espaços generosos no
Governo Sarney. O povo não acreditou que
pudéssemos virar oposição, de uma hora para outra.
Em 1998, pelo mesma presunção de que o PMDB,
sozinho, pode tudo, sofremos uma
retumbante derrota para o Governo do Estado.
Estou no fim da
minha vida pública. Com a minha longa
experiência, cumpro a responsabilidade de alertá-los para que aquela triste
história, que deixou o nosso Partido tão fragilizado e desnorteado, não volte a
acontecer.
Tenho respeito, admiração e afeição aos companheiros
que defendem a candidatura própria. Também quero a volta do PMDB ao Governo,
mas, com toda a certeza, isso acontecerá
normalmente em 2018.
Alinho abaixo, 15 razões para demonstrar que a análise
sensata e equilibrada da realidade atual recomenda a manutenção da coligação
que firmamos em 2010:
1.
Quando nos coligamos para eleger o Governador Raimundo
Colombo, a lei já lhe assegurava o direito de postular a reeleição.
2.
Somos Governo, temos, no companheiro Eduardo Pinho
Moreira, o Vice-Governador, além da maioria dos integrantes dos cargos de
confiança.
3. Em Joinville, só elegemos o
Prefeito Udo Döhler, porque desembarcamos do Governo Municipal, entregando
todos os cargos, um ano e seis meses antes das eleições!
4.
Continuamos ocupando os cargos indicados pelo Partido.
E se, no dia 27, deixarmos todas as funções de confiança (o que seria o gesto
de mínima de dignidade política!), ainda assim o povo entenderia como decisão
tardia e oportunista, o que, sem dúvida, repeteria o insucesso da candidatura
presidencial do Dr. Ulysses.
5.
Não coligados, levaremos o Partido ao isolamento, ao
enfraquecimento, e à impossibilidade de vencer, em candidatura solitária,
ladeira acima.
6.
Coligados, manteremos a Vice-governança, e, assim,
assumiremos o Governo em 2018, já que o Governador Raimundo Colombo será
candidato a Senador.
7.
Coligados, faremos eleição de morro abaixo,aumentando
as nossas bancadas de deputados estaduais e federais, e os espaços no Governo.
Assim, poderemos apoiar, ainda com mais força, os nossos Prefeitos, nos seus
atuais mandatos e nas futuras campanhas eleitorais.
8.
Coligados,
vamos negociar uma nova relação com o Governo Colombo, para restabelecer a
força da DESCENTRALIZAÇÃO, das Secretarias e dos Conselhos regionais.
9.
Coligados, seremos beneficiados pela geografia das
urnas, o que aumentará, ainda mais, a
presença do nosso Partido e dos nossos companheiros no Governo.
10.
Coligados,
seremos co-responsáveis pelo canteiro de obras em que o nosso Governo tornará
Santa Catarina, aplicando os NOVE BILHÕES DE REAIS repassados pelo Governo
Federal, cuja maioria dos investimentos encontra-se nas fases de projeto,
desapropriação, licença ambiental ou licitação (o que demora, normalmente, de
um a um ano e meio).
11.
Coligados,
preservaremos nossas posições no Governo, mantendo a visibilidade do PMDB,
essencial para o maior êxito nos nossos candidatos à Assembléia Legislativa e
ao Congresso Nacional.
12.
Coligados,
não entregaremos as nossas posições aos nossos adversários históricos, e,
assim, não permitiremos a ressurreição das lideranças que derrotamos em quatro
eleições recentes. Não se esqueçam: o
político é o único animal que ressuscita!
13.
Coligados,
participaremos de uma enorme reunião de Partidos. E, assim, ocuparemos, de
longe, o maior tempo de rádio e TV, o que aumentará significativamente o sucesso
eleitoral dos nossos candidatos ao Poder legislativo.
14.
Coligados,
manteremos a unidade do PMDB, sem ter que enfrentar o salve-se quem puder de
uma ruptura abrupta do com o Governo, às vésperas das eleições.
15.
Não coligados,
o que diremos? Que propostas apresentaremos? Teremos autoridade para criticar
as políticas de saúde, da administração, da infra-estrutura, da Justiça, da
Celesc, do Deinfra, do Deter, da Fatma, do Iprev, da Codesc, da SC Gás, e de
tantas outras áreas que são geridas por companheiros do PMDB?
Isso não vai levar – como aconteceu com o Dr. Ulysses -- à divisão, ao
descrédito e à perda do apoio popular?!
Companheiras e companheiros, observem que não há nenhum companheiro
pleiteando candidatura própria, também, para Presidente da República. Por que? Pelas
mesmas dificuldades e obstáculos que detalhei acima: o Vice-Presidente da
República é o nosso Presidente Nacional, Michel
Temer; e o PMDB ocupa vários Ministérios e importantes cargos no Governo
da Presidente Dilma Roussef. Nossos
companheiros sabem que – POR ESTAS MESMAS RAZÕES -- é inviável tanto a
candidatura a Presidente da República, quanto desembarque do Governo Federal,
agora, tão perto das eleições.
Pedindo
que reflitam sobre o passo que vão dar no dia 26, peço-lhes o voto pela
COLIGAÇÃO, para que a continuidade do
projeto vitorioso, potencialize, ainda
mais, a grandeza do nosso PMDB,
assegurando-lhe a volta ao cargo de Governador do Estado em 2018.
Em 2018, encerro a minha
vida pública. Minha última missão será
levar o PMDB de volta ao Governo do Estado, daqui a apenas três anos.
Forte abraço.
Luiz Henrique
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