Extra
Entrevista/Luciane Pereira
“Sempre respeitei qualquer organização que tenha como meta a
valorização da dignidade humana”
Foi publicado em um
veículo de comunicação e repercutiu nas redes sociais há alguns dias que a
vice-prefeita Luciane Pereira (PT) seria contra a APAE de Caçador. Para
esclarecer os fatos a coluna entrevistou Luciane, que falou sobre a reunião de
onde pode ter saído o que ela considera um boato, visto que na referida não
estava presente nenhum profissional da imprensa.
Luciane disse que esta muito magoada
e triste com o fato e sua repercussão. Pela sua família e pela instituição
APAE, onde a sua mãe foi diretora, onde ela trabalhou por 20 anos e criou seus
filhos convivendo com os alunos. Luciane afirmou também que é muito triste ver
uma entidade de muito respeito e admirada por todos, sendo usada com outros
fins. Acompanhe o que ela disse na integra:
Jornal EXTRA – Você é
contra o funcionamento das APAEs?
Luciane Pereira -
De forma alguma. É uma instituição que realiza um trabalho que merece respeito.
As pessoas que desempenham algum trabalho na APAE o fazem porque acreditam no
ser humano. É pura doação, amor e dedicação. Sempre respeitei qualquer
organização que tenha como meta a valorização da dignidade humana.
JE - De onde surgiu
esta estória que você a contra a APAE?
LP - Não consigo
entender a facilidade que algumas pessoas têm de distorcer o que falamos e
usá-las sem escrúpulo algum. Quero registrar que não é a primeira vez. Pessoas
maldosas usam mentiras e não se importam com as consequências que isso pode
trazer. Foi uma agressão a minha família, que sempre auxiliamos a APAE de
diversas formas.
JE - Você fez algumas
das afirmações atribuídas a você sobre o assunto?
LP - Não da forma
tendenciosa como afirmam. Usei uma reflexão no sentido de que, nós sociedade
temos dificuldades em expandir a inclusão, e que uma sociedade ideal é aquela
que não tem preconceitos e portanto não segrega. Penso que deve haver um
convívio saudável em todos os setores. Ao mesmo tempo, fiz o paralelo de nós educadores,
através da nossa prática ou mesmo discurso, sem perceber somos produtos desta
sociedade. Em momento algum afirmei que sou contra as APAEs, sou defensora,
pois a APAE faz esse elo de inclusão de forma brilhante.
JE - Qual a sua visão
sobre as APAEs e sobre a inclusão dos portadores de necessidades especiais nas
escolas regulares?
LP - Aqui temos
que analisar o seguinte, falamos em inclusão no ensino regular ou formal. A lei
assegura que alunos com idade de 7 a 17 têm direito a frequentar escolas de
ensino regular. É direito dessas crianças a matrícula na escola, o sistema
educacional tem que proporcionar essa inclusão. Não falo somente em matrícula,
mas também no profissional capacitado, escola com acessibilidade, currículo de
acordo com a proposta, enfim, uma verdadeira inclusão. Porém, sabemos das
dificuldades históricas na estrutura da educação do Brasil, mas isso está melhorando,
com muito trabalho, dedicação e confiança da família conseguiremos o êxito.
JE - Qual a sua
ligação com a APAE de Caçador?
LP - Na minha
adolescência, nós repartíamos o tempo livre que tínhamos da escola e dos
afazeres com atividades para angariar fundos para melhorar a estrutura física
da APAE, pois minha mãe nessa época era diretora da APAE. Na minha casa
convivíamos com essa preocupação. Quando estava fazendo o curso de Magistério
já desejava trabalhar na APAE. Iniciei meu trabalho na APAE em fevereiro de
1984.
Veja, passei aproximadamente 20
anos trabalhando lá dentro. Um trabalho de doação. Digo isso porque quem
trabalha na APAE passa a respirar e planejar uma vida lá dentro. Temos a
capacidade de englobar a família, os amigos e quem estiver a nossa volta, é
muito envolvente. Devemos lembrar a sociedade a todo momento que a
responsabilidade é de todos e que o direito a cidadania também. Hoje me sinto
traída, magoada. Pessoas que nunca estiveram lá no dia a dia, ou ao menos
acompanhando o trabalho das professoras, se acharam no direito de destruir toda
uma história!
Um motivo? Não sei, tento entender,
talvez seja pelo fato do repúdio imediato que isso causa para minha pessoa. Eu
fui acusada, julgada e sentenciada sem ter direito de defesa. Para ser sincera,
este foi o único espaço de comunicação que me procurou. Então, ainda tenho
esperança que isso tudo se esclareça.
JE - Que medidas vai
tomar sobre o assunto em questão?
LP - Eu fui
educada dentro do princípio do respeito, da verdade e da justiça, eu repassei
isso para meus filhos e meu trabalho é pautado neste tripé. Desta forma
acredito que, após essa humilhação, o judiciário seja o caminho mais justo para
minha defesa.
Convergências
Durante a solenidade de posse de Marcelo Ribeiro na
presidência do PT o ex-prefeito Imar Rocha afirmou que o PMDB e o PT tem muitos
objetivos e ideias convergentes. “Se não o PMDB, o meu MDB tenho certeza”.
Ausência
Parece que as relações entre o prefeito Beto Comazzetto
(PMDB) e o PT estão mesmos estremecidas. O prefeito não participou e nem mandou
representante para posse de Marcelo.
Falando mal
O vereador Valmor de Paula discursou na posse de Marcelo.
Disse entre outras coisas, que os petistas devem se unir e não ficar falando
mal dos companheiros nos bastidores. Eu aprovo a medida, inclusive em relação à
não companheiros.
Oportunidade
A vice-prefeita Luciane Pereira (PT) afirmou sua certeza num
partido mais coeso e agradeceu ao ex-prefeito Imar Rocha pela oportunidade do
PT colocar em prática as suas ideias e seu jeito de governar.
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