terça-feira, 11 de novembro de 2014

Coluna Osni R. Mello 10 Novembro

"Os homens são como as ondas, quando uma geração floresce, a outra declina" Homero 


O design essencial de Rosenbaum

Se me perguntassem o que é design antes de assistir a palestra de Marcelo Rosenbaum, sexta-feira (7) no Auditório da UNIARP, no último dia do Seminário de Arquitetura e Engenharia Civil (SAEC), certamente diria que é forma das coisas. Depois da aula de civilidade, brasilidade, visão de mundo e design de Rosenbaum, ouso afirmar que design é uma filosofia de vida.
            Senão, como explicar os motivos que levaram o designer paulista Marcelo Rosenbaum e o grupo A Gente Transforma (AGT) a se embrenhar no sertão de Jaicós (Piauí), na esquecida Várzea Queimada, para descobrir e trazer para o mundo civilizado um pouco da cultura desta comunidade que não possui luz elétrica, água encanada, telefone ou internet. Mas está repleta de mestres em matéria de união, sabedoria e respeito pelo próximo e pela terra.
União que produziu a Coleção Toca, composta por trabalhos de artesãos locais em palha de carnaúba e borracha reciclada, lançada na Semana de Design de Milão, a mais importante do mundo. “Várzea Queimada, de 900 habitantes, está situada em uma região que tem oito meses de seca e os menores IDHs do Brasil. Mas o que falta para aquele povo não é qualidade de vida, isso eles tem de monte, o que falta são oportunidades. E quando surge uma oportunidade pode ter certeza que eles se unem em torno dela”, argumentou Rosenbaum.
Para o designer mais que se ocupar com a forma, o design, que no inglês significa desígnio, é a forma de fazer. “O design vira uma desculpa, pois o mais importante é a forma de fazer. A inovação está na forma como o ser humano é incluído neste processo de fazer e o que ele representa para os envolvidos”, observou Rosenbaum, afirmando que o objetivo do Projeto AGT é redescobrir o Brasil através do design.
Nesta busca, Rosenbaum já levou o AGT para o Piauí, para o Parque Santo Antônio em São Paulo e para o sertão do Acre, onde desenvolve um trabalho com comunidade indígena Yawanawá. Uma busca pelo Design Útil, onde o design é catalizador de mudanças para o redesenho de um novo mundo. Tem a beleza como o maior agente de mudança, em seu significado integral e a favor de todos. Desenvolve a consciência da função social do design. É colaborativo e interdependente.



Faltou dizer

Se o mundo, se o Brasil, tivesse mais cidadãos como Marcelo Rosenbaum, não estaríamos debatendo se os militares devem ou não voltar. Se o Brasil deve ser dividido em dois. Se juízes tem direito a auxilio moradia. Se a corrupção é um problema do outro ou meu. Se o bolsa família é necessário ou não. Se houvessem mais rosenbaums, estaríamos todos sintonizados, parafraseando John Kennedy, no que cada um pode oferecer para a sua pátria, não no que a pátria pode oferecer para cada um de nós. Desnecessário dizer que a cada comunidade que se integra ao projeto Rosenbaum fica um pouco mais rico e famoso, mas não vai levar nada disso. O importante é a riqueza compartilhada, o que cada um deixou para as futuras gerações.   


UFFS

O deputado Padre Pedro Baldissera (PT) informou que já foi definido o grupo que trabalhará no processo de implantação do campus da UFFS em São Miguel do Oeste. O parlamentar revelou que tanto o Movimento Pró UFFS no Extremo Oeste, quanto os três professores indicados pela reitoria para construir a expansão, aguardam apenas a portaria de nomeação para iniciar os trabalhos. “Já existe um grupo de professores, especialistas e de representantes do Movimento Pró UFFS que trabalhará em comissão no processo de constituição, e a decisão pela implantação já foi apontada. Além disso, os estudos do Movimento Pró Campus da UFFS no Extremo Oeste já avançam significativamente no trabalho”, afirmou o parlamentar.


Mídia regional

Se conseguir aprovar o Projeto de Lei em tramitação na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), a deputada Ângela Albino (PCdoB) deve cair nas graças da mídia do interior. A deputada apresentou uma proposta que institui uma Política Estadual de Incentivo às Mídias Regionais, Livres e Comunitárias que autoriza o Estado destinar percentual não inferior a 20% da receita anual de publicidade, prevista no Orçamento para a divulgação de obras, anúncios, editais, programas, serviços e campanhas em geral, às mídias regionais, livres e comunitárias. “Apoiar estas mídias devido ao seu alcance é de importância fundamental para pequenas comunidades, bairros, pequenos e médios municípios”. Enquadram-se na proposta periódicos, jornais e revistas impressas, com tiragem entre dois mil e 20 mil exemplares, editados sob responsabilidade de empresário individual, micro e pequenas empresas e veículos de radiodifusão local e comunitária, devidamente habilitados em conformidade com a legislação brasileira.


Custo dos votos

A divulgação das contas de campanha dos candidatos da eleição de outubro revelaram alguns dados curiosos. O governador Raimundo Colombo (PSD) foi o que mais gastou para se reeleger: R$ 12.686.824,52 e cada um dos 1,76 milhão de votos conquistados custou R$ 7,19. Paulo Bauer (PSDB) gastou R$ 6.762.794,33 e pagou R$ 6,59 para conquistar cada um dos 1,02 milhão de votos. Claudio Vignatti foi o que menos gastou: R$ 1.72.029,25 e cada um dos seus 534,1 mil votos custou R$ 3,23.


Custo dos votos 1

Para o senado chamou a atenção o custo dos votos entre os dois melhores posicionados. Enquanto Dário Berger (PMDB) gastou R$ 2.035.723,85 para conquistar 1,3 milhão de votos, ao custo de R$ 1,56 cada. O candidato que não se elegeu Paulinho Bornhausen (PSB) gastou R$ 6.191.304,72 para conquistar cada um dos 1,1 milhão de votos, com um custo de R$ 5,28. Deve ser ruim o cara torrar seis milhões e não se eleger. E o que é pior, ainda ficar devendo cerca de R$ 650 mil. 

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