quinta-feira, 3 de julho de 2014

Artigos



As cooperativas mudarão o mundo

MARCOS ANTÔNIO ZORDAN (Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina – OCESC)

Não sou um teórico do cooperativismo, mas posso ser considerado um operador dessa doutrina. Há mais de 36 anos convivendo dentro das cooperativas, convenci-me da eficiência delas no aumento da renda das famílias e na elevação da qualidade de vida das pessoas.
            Ver que a sociedade está optando pelo cooperativismo como meio de realização econômica e social é a consolidação de um sonho que há pouco tempo parecia distante. Constato que o cooperativismo deixou de ser apenas uma doutrina bonita, apurada e reconhecida mundialmente para transformar-se em um grande e eficaz instrumento de transformação da sociedade humana.
            Na contextura brasileira, Santa Catarina é o Estado com maior taxa relativa de envolvimento populacional direto com o cooperativismo. As 254 cooperativas catarinenses reúnem 1,6 milhão de famílias associadas. Isso representa que mais da metade dos catarinenses está direta ou indiretamente envolvida com esse avançado modelo de associativismo que, no conjunto, representa 12% do PIB barriga-verde.
      Aqui ficou consagrado que o cooperativismo é um meio de aproximar, unir as pessoas nas mais variadas atividades, individualmente frágeis, economicamente falando, para no conjunto, viabilizá-las pela via cooperativa. 
O cooperativismo é uma alternativa ao capitalismo selvagem e ao socialismo utópico, é um caminho para o desenvolvimento, a democracia e a paz. Não representa nenhum romantismo professar fé na doutrina cooperativista e na ação das cooperativas para reduzir as desigualdades, promover o desenvolvimento e obter a independência das diversas classes e categorias profissionais ou econômicas. Foi comprovado que o IDH dos municípios onde existem cooperativas é maior que aqueles onde elas não atuam. Ou seja, onde o cooperativismo está presente, toda a sociedade compartilha de seus ganhos.
            A prova está aqui: o cooperativismo catarinense – estruturado no campo e na cidade – movimentou 20 bilhões de reais em riqueza no ano passado e recolheu 1,3 bilhão de reais em tributos aos cofres públicos e ainda distribuiu 1,1 bilhão de reais em sobras. As cooperativas dos ramos agropecuário, saúde, crédito, consumo, infraestrutura e transporte registraram o movimento econômico mais expressivo, seguindo-se os ramos de trabalho, produção, habitacional, mineral, especial e educacional.
Cooperativismo é uma forma de atuação e interação humana baseada no trabalho e na lealdade que requer, antes de mais nada, a participação laboral e econômica do cooperante. Assim, busca o bem-estar da comunidade, promovendo o equilíbrio tanto entre eficiência econômica e eficácia social, quanto entre independência individual e interdependência coletiva, além de gerar desenvolvimento e equitativa distribuição de renda. É por isso que as cooperativas podem – e vão – mudar o mundo porque não existe futuro sem cooperativismo.

Nenhum comentário: