"A consciência é a última e mais tardia evolução da vida
orgânica e, por conseguinte, o que nela existe de menos acabado e de mais
frágil" Friedrich Nietzsche
Uvas, vinhos e
longevidade
O início do ano é um
bom momento para pensar nestas coisas. Principalmente depois de toda comilança.
Por isso este interessante texto do mestre Drauzio Varella, sobre a
longevidade.
Para viver
mais, é preciso comer menos. Comecei com essa frase uma conferência sobre o
papel da restrição calórica na longevidade dos seres vivos, fenômeno
demonstrado em ratos de laboratório pela primeira vez na década de 1930. De
fato, nessas pesquisas iniciais ficou demonstrado que ratos submetidos a dietas
de baixo conteúdo calórico viviam até 40% mais do que ratos alimentados “ad
libitum” (liberados para comer quanto desejassem).
Essa relação
inversa entre a quantidade de calorias ingeridas e o número de dias vividos foi
mais tarde confirmada em fungos, moscas, mosquitos, vermes, aranhas, sapos e
peixes. Experimentos mais recentes sugerem a validade dessa associação até em
macacos, que são primatas, como nós.
Partindo do
princípio de que a natureza não demonstra interesse em favorecer a
sobrevivência de qualquer espécie e de que a evolução não criou nenhum
mecanismo exclusivo para beneficiar ou prejudicar a espécie humana, na palestra
acrescentei ser altamente provável que uma dieta pobre em calorias também
retardasse o envelhecimento e prolongasse a vida humana. Nesse momento, numa
das cadeiras da frente, um rapaz de rosto redondo e corpo avantajado reclamou:
– Se for para viver sofrendo, prefiro morrer mais cedo!
Para consolo
dos que concordam com a filosofia acima, as bases moleculares que explicam o
mecanismo pelo qual a restrição calórica retarda o envelhecimento têm sido
esmiuçadas nos últimos anos e conduzido a conclusões surpreendentes, segundo
revisão publicada na revista Science por Stephen Hall, autor do livro
“Mercadores da Imortalidade”.
Nessa linha
de trabalho, pesquisadores de Harvard demonstraram que algumas pequenas
moléculas presentes nos vegetais conseguem mimetizar os efeitos da restrição
calórica prolongando o tempo de vida de certos fungos em até 70% e protegendo
células humanas dos efeitos letais das radiações ionizantes. Tais moléculas
pertencem à família dos polifenois, substâncias encontradas em uvas, vinho
tinto, óleo de oliva e outros alimentos.
Pesquisas
realizadas no MIT, em Boston, permitiram demonstrar que, nos fungos, essas
moléculas agem por meio da ativação de um gene chamado SIR2. A ativação desse
gene resulta em aumento da longevidade do fungo. E mais: se retirarmos o gene
SIR2 do fungo e o submetermos à restrição calórica, não acontece o esperado
aumento de longevidade, demonstrando ser ele essencial ao controle de duração
da vida. Mecanismo semelhante parece ocorrer também em vermes e nas mosquinhas
que voam sobre bananas maduras, as drosófilas. Em células humanas também,
graças à ação dos polifenóis sobre um gene análogo àquele existente nos fungos,
batizado como SIRT1.
Procurando
novas moléculas com propriedades semelhantes às dos polifenóis, o grupo do MIT
identificou mais 15 compostos. O mais potente deles é o resveratrol, encontrado
na uva e no vinho tinto, substância capaz de potencializar a atividade do gene
SIRT1 humano. Essa capacidade do resveratrol em ativar o gene SIRT1, ligado à
longevidade, tem sido invocada para explicar o paradoxo francês: a constatação
de que, apesar da dieta rica em gordura, os franceses apresentam 40% menos ataques
cardíacos do que os americanos, diferença classicamente atribuída pelos
epidemiologistas ao consumo generalizado de vinho tinto na França.
Qual seria a
lógica para a natureza conservar na evolução de espécies tão diversas quanto
fungos e homens genes cuja ativação prolonga a longevidade das células? Por que
razão compostos como o resveratol produzidos em plantas ativariam esses genes
em animais? A resposta foi dada por T. Dobzhansky, um dos mais influentes
geneticistas do século, décadas antes dessas experiências terem sido
realizadas: “Nada na Biologia faz sentido, exceto à luz da evolução”.
Genes
capazes de interromper o processo de envelhecimento e, consequentemente, de
aumentar a longevidade entrariam em ação nos momentos de estresse, como aquele
representado pela falta de alimentos, por exemplo. Na seleção natural,
indivíduos portadores desses genes provavelmente levaram vantagem reprodutiva
sobre os que envelheciam mais rapidamente, quando as condições do meio se
tornavam desfavoráveis.
Da mesma forma,
as plantas capazes de sintetizar compostos dotados da propriedade de ativar
esses mesmos genes, nas fases de estresse ocasionado pela falta de água ou
nutrientes no solo, também levaram vantagem seletiva. Como todos os seres vivos
descendem de ancestrais comuns, não é de estranhar que os animais se beneficiem
da ação desses compostos ao ingeri-los sob a forma de cacho de uvas, azeite de
oliva ou copo de vinho. Sorte nossa!
O ano de Reno
Caramori
Um dos melhores exercícios, o que dá mais prazer para colunistas
políticos, é fazer previsões sobre o futuro dos políticos. Por isso vou me
atrever a escrever algumas palavras sobre o futuro do nosso representante na
Assembleia Legislativa (Alesc): deputado Estadual Reno Caramori (PP), que vai
para sua 7ª legislatura. Reno esta na dependência de uma conjuntura de forças
para recuperar o seu potencial de votos, que diminuiu com a ascensão de Valdir
Cobalchini (PMDB). Se Cobalchini for candidato a deputado federal, ou
vice-governador, como cogitado, e o PP inda estiver junto na polialiança, tem
tudo para fazer uma boa eleição. Caso contrário terá que juntar todas as forças
para não repetir o resultado da última. E juntar forças quer dizer boas
alianças, que contemplem os mais diversos grupos da sociedade, não o isolamento
na oposição. Afinal Reno representa Caçador e região.
Empregos e renda em
Caçador
Tornou-se comum nas rodas de conversa a máxima: “Existe
emprego, mas o povo não quer trabalhar”. Esta afirmação é uma meia verdade,
pois deixa de analisar o contexto do problema e algumas variáveis como: demanda
e qualificação.
Tomando
como exemplo Caçador, que é uma cidade industrializada e tem um comércio forte,
podemos observar que a demanda por trabalhadores é crescente, mas os níveis de
salários e a qualificação não acompanham este crescimento.
Com demanda
aquecida e falta de trabalhadores qualificados e normal que as pessoas a
procura de emprego priorizem as vagas que oferecem melhores salários e mais
benefícios. Portanto não quer dizer que o trabalhador não quer trabalhar. Quer
dizer que o trabalhador não quer trabalhar pelo salário oferecido.
Para
solucionar o problema duas medidas naturais seriam importantes: melhorar o
nível de salários para reter os funcionários qualificados; Acompanhar a demanda
dos setores por funcionários qualificados e oferecer esta qualificação.
Caças e empregos
A compra dos caças Gripen NG, da empresa sueca Saab, para
renovar a frota da Força Aérea Brasileira (FAB), irá criar cerca de 5 mil
empregos diretos na linha de montagem na região do ABC paulista, segundo o
secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de São Bernardo do Campo, no
ABC paulista, Jefferson José da Conceição. Além disso, a fabricação de partes
do avião em terras brasileiras trará 17 mil novos empregos indiretos com a
instalação da indústria sueca em São Bernardo, de acordo com a Confederação
Nacional dos Metalúrgicos (CNM) da CUT.
País estranho
O
Brasil esta vivendo um momento estranho. Temos presos políticos por utilizar
caixa dois e a imprensa contra uma lei que acaba com o caixa dois. Temos
condenados por caixa dois soltos e processos de caixa dois que aconteceram
antes que ainda nem foram julgados, e quem sabe nunca serão.
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