Feudalismo Partidário
Por Osni Ribeiro
Mello
A idade média, que segundo o professor Google iniciou no ano
476 e acabou no 1.500, com o início da idade moderna, foi marcada por uma
característica importante de organização da sociedade: os Senhores Feudais. Nobres
ligados aos monarcas que tinham poder de vida e morte sobre todos os que viviam
sob seu teto ou suas terras.
Mas o que isso tem a ver com a
nossa época, dita contemporânea, e com o título do artigo: Feudalismo
Partidário. Peço um pouco de paciência para o leitor para introdução, mas garanto
que vai valer a pena.
Primeiro é importante dizer que
os Senhores Feudais conseguiam as terras porque o rei lhes dava. No mais a
sociedade feudal era composta pelo clero, que cuidada da religião e rivalizava
em poder com os nobres. A nobreza, que tinha poder sobre todas as outras
classes; Os servos, que constituíam a maior parte da população camponesa; e os
vassalos, que serviam ao senhor feudal em troca de proteção e comida.
Guardadas
as devidas proporções, o Brasil vive neste momento da sua história de pouco
mais de 513 anos uma espécie de Feudalismo Partidário. Pessoas. Vejam bem que
eu disse pessoas, estão recebendo do Estado o direito de explorar a política
via a criação de partidos.
E a simples criação de um partido
garante uma parcela do precioso tempo na Propaganda Eleitoral Gratuita – que
você contribuinte paga - e uma mesada de no mínimo R$ 40 mil mensais do Fundo
Partidário.
Com 492 mil
assinaturas o deputado Paulinho da Força, que desde 1999 é presidente da Força
Sindical e já foi condenado em processo de improbidade administrativa, criou o
partido Solidariedade.
O mesmo aconteceu com o Partido
Republicano da Ordem Social (Pros), deve acontecer com o partido Rede
Sustentabilidade, da ex-senadora e no passado candidata a presidente pelo
Partido Verde, Marina Silva, e com outros tantos que estão em processo de
coleta de assinaturas.
Mas esta
personalização da política, que transforma políticos com alguma visibilidade em
Senhores Feudais dos recém criados partidos, é em parte resultado da nossa
legislação. Leis onde o Estado concede direitos e dinheiro aos partidos antes mesmo
de eles terem provado ter apoio nas eleições.
Estamos vivendo uma inversão de
valores. Saem de cena os partidos políticos, com alguma ideologia e formados
por grupos sociais que buscam representação política, entram políticos em busca
de mais poder.
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