“Minha
expressiva votação foi o resultado de muitos anos de trabalho”
Por
Osni Ribeiro Mello
Flávio Henrique dos Santos (PT), o vereador mais votado
desta eleição com 1.493 votos, é o nosso entrevistado desta semana. Natural de
Catanduvas, 44 anos, filho de Frederico dos Santos e Eloy Albino dos Santos,
Flavinho é casado com Françoise Arndt dos Santos e pai de Amanda Aline dos
Santos, de 10 anos.
Flavinho
chegou a Caçador em 1983, vindo de Curitiba, e foi residir na Vila Operária da Tedesco,
onde fez amizades sinceras que permanecem até os dias atuais. Já naquela época
participava de grupos de jovens e auxiliava na liturgia das celebrações
religiosas, chegando a ser catequista.
Iniciou sua
vida profissional como cortador de calçados na extinta Sulca e depois trabalhou
na Tedesco, como almoxarife. Concluiu o ensino fundamental na Escola Paulo
Schieffler, o médio no Colégio Posivesti e o superior na Faculdade Senac, na
área de Processos Gerenciais.
Em 1990 uma
oportunidade mudaria a sua vida. Flavinho foi chamado para um teste na Rádio 92
FM e começou então sua bem sucedida carreira de comunicador, também na Rádio
Caçanjurê AM, onde apresenta diariamente o programa Show da Manhã.
Na área
pública Flavinho é um grande incentivador do esporte e responsável pela criação
da Fundação Municipal de Esportes, na época um departamento da Secretaria de
Educação. Flavinho também foi assessor de Imprensa da Câmara de Vereadores de Caçador,
por três anos, e teve a oportunidade de conhecer o processo legislativo e as
atribuições do vereador.
Em abril de
2011 foi convidado para assumir a assessoria de Imprensa da Prefeitura de
Caçador, onde atuou com o prefeito Imar Rocha (PMDB) e com a vice-prefeita
Luciane Pereira (PT).
Folha
da Cidade (FC) - A que você credita a sua eleição e a maior votação entre todos
os vereadores?
Flávio
Henrique
(FH) -
Minha expressiva votação é o resultado de muitos anos de trabalho, pois esta
foi a quarta eleição que disputei e sempre fomos agregando mais votos e
lideranças ao longo do tempo. O fato de trabalhar na rádio também foi
fundamental, pois assim eu tenho contato diário com a comunidade e não apenas
no período eleitoral. Além disso, tive a benção de contar com pessoas que
realmente vestiram a camisa e correram atrás dos votos comigo. Pessoas de
diversos segmentos e localidades. Também não trabalhamos num reduto fechado e
fizemos votos em todas as urnas.
FC–
Como será a sua atuação na Câmara de Vereadores?
FH – Sei que a
população me deu um voto de confiança muito grande e farei de tudo para
corresponder. Serei da base de apoio do prefeito, mas não deixarei de cumprir
minha função de fiscalizar e pedir informações ou convocar secretários e
assessores para se explicarem, se for o caso. Pretendo fazer um mandato
participativo, inclusive despachando nos centros comunitários dos bairros, para
ouvir a comunidade e buscar subsídios para o meu trabalho.
FC -
Como estão as negociações para a presidência da Câmara?
FH -
Como o prefeito eleito estava viajando elas praticamente nem iniciaram. Apenas
conversas informais, mas acredito que o objetivo de todos seja pra fazer o
melhor por Caçador. Como vereador mais votado acho que deve ser respeitada a
voz das urnas, pois afinal o povo se manifestou sobre sua preferência e isso
não deve ser ignorado. Mas sou uma pessoa de dialogar e creio que o melhor
seria uma chapa de consenso inclusive, pra demonstrar esse novo momento que a
Câmara vai viver.
FC -
Você esta disposto a fazer um acordo com o PMDB e repartir a presidência com
seus colegas de partido ou com vereadores que venham a compor a bancada
governista?
FH
- Temos que respeitar a proporcionalidade das bancadas na composição da Mesa
Diretora e todos possuem o mesmo direito, mas como afirmei anteriormente, o bom
senso deve prevalecer e todas as bancadas devem ser contempladas.
FC -
Você acha que as três tentativas até se eleger prepararam o caminho para sua
eleição?
FH
- Sem dúvida. Em 2008 poderia até ter feito mais votos, mas em 2004 eu não
concorri, pois havia perdido um filho naquele ano e não tinha condições, nem
minha família, de participar da eleição. Assim tive que recomeçar o trabalho em
2008, quando fiz 668 votos. Conforme as eleições iam acontecendo, novos apoios
chegavam, graças a Deus.
FC - A
renovação da Câmara ajudou na sua eleição?
FH
- Foi uma situação que dificilmente se repetirá, pois não tivemos a
participação de candidatos na proporcional que tinham muitas chances de
eleição, como a Sirley, Fically, Beto, Darci, Rubiano, Marcos e alguns outros.
Inclusive herdei votos e apoios de pessoas que haviam votado e trabalhado para
eles em 2008.
FC -
Qual será o papel do seu partido, o PT, na Câmara de vereadores?
FH
- O PT vive um novo momento em Caçador e foi o partido que mais cresceu nesta
eleição. Poucos apostavam que elegeríamos três vereadores, entre os quais o
mais votado. Nossa vice-prefeita Luciane também está tendo um papel fundamental
e o olhar do partido na esfera estadual e também nacional já é outro para nós.
Nesta semana tivemos a visita do assessor da ministra Ideli Salvatti, que veio
propor parcerias e se colocar à disposição. Temos que aproveitar o momento e
trazer recursos e bons projetos para nossa cidade.
FC - O
que você acha desta ideia dos vereadores terem um assessor por bancada?
FH
- Acho que o trabalho do assessor é importante e cada um vai ter o ritmo e
importância que o vereador der a ele. Mas acho que essa proposta deveria ser
deixada para ser analisada pelos novos integrantes da casa. Se os atuais
integrantes acham que eles são dispensáveis, porque não o fizeram no início dos
trabalhos, economizando nos quatro anos.
FC -
Se for eleito presidente como será a sua atuação e quais serão as prioridades
da Câmara na sua visão?
FH
- Penso que a Câmara deve voltar seus olhos para a comunidade novamente e não
esperar que o povo vá até lá, que para muitos é um ambiente luxuoso demais e
fora da sua realidade. Se fosse presidente, voltaria com as sessões itinerantes
nos bairros e no distrito de Taquara Verde em pelo menos uma sessão por mês,
para buscar essa aproximação. Acho que seria interessante criar comissões
externas permanentes, principalmente nas áreas de saúde e educação, para que
visitassem postos de saúde e escolas regularmente. Enfim, uma legislatura mais
próxima da comunidade.
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