quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Coluna Folha da Cidade 26 setembro


“O supérfluo dos ricos é propriedade dos pobres” (Santo Agostinho)


Ponte do Trabalhador será liberada hoje

A Ponte do Trabalhador será liberada para o tráfego de veículos hoje. A informação é da secretária de infraestrutura Denise Chiarello Hartmann que ontem (25) a tarde estava coordenando os trabalhos que estavam sendo realizados nas cabeceiras da ponte. “Hoje pela manhã as máquinas vão concluir a base das
 
cabeceiras e os trabalhos necessários para liberar a passagem. Mas os trabalhos de acabamento e instalação de todos os equipamentos de segurança e iluminação vão continuar até que tudo seja concluído”, afirmou Denise, acrescentando que a liberação para o tráfego ajuda a compactar o solo e preparar para a colocação do asfalto.



O Contestado e a desnacionalização fundiária

O texto é um pouco extenso, mas vale pena ler o que o escreveu Mauro Santayana, colunista político do Jornal do Brasil, sobre a questão fundiária usando como pano de fundo a exploração americana da região do Contestado. Acompanhe.   
Há cem anos, sobre um vasto território entre o Paraná e Santa Catarina, uma empresa norte-americana, a Southern Brazil Lumber & Colonization, reinava absoluta. Com a maioria de empregados norte-americanos, contratados por Percival Farquhar, que pretendia transformar o Brasil em vasta empresa de sua propriedade, a Lumber abatia todas as árvores de valor comercial, da imbuia à araucária. Todas as manhãs, ao som de um gramofone, os empregados – incluídos os brasileiros – reunidos na sede da empresa, em Três Barras, entoavam o hino norte-americano, The Star-Spangled Banner, enquanto a bandeira de listras e estrelas era hasteada. Ao anoitecer, repetia-se a cerimônia, ao recolher-se o pavilhão. Ali mandavam e desmandavam os ianques. O imenso espaço em que se moviam os homens de Farquhar estava fora da jurisdição brasileira.
Embora não houvesse sido a única razão do conflito, a Lumber esteve no centro da Guerra do Contestado, um dos mais épicos movimentos de afirmação nacionalista do povo brasileiro. Nele, houve de tudo, dos interesses econômicos de Farquhar e seus assalariados pertencentes às oligarquias políticas, ao fanatismo religioso, em que não faltou uma Joana d’Arc – a menina Maria Rosa morta aos 15 anos na beira do Rio Caçador, lutando como homem.
Enquanto houver nações, a terra, o sangue e a honra continuarão unidos para dar corpo ao que chamávamos pátria, e de que nos esquecemos hoje. Quem conhece história sabe que os movimentos internacionalistas, quase sempre a serviço dos impérios, acabam sendo vencidos pelos sentimentos mais poderosos dos povos identificados pela cultura, pelas crenças – e pela língua. Nós podemos conhecer muitas línguas, mas só saberemos expressar os sentimentos mais fortes naquela que aprendemos dos lábios maternos. Podemos conhecer todas as paisagens do mundo, mas só nos identificamos com aquelas que os nossos olhos descobriram sob o sol da infância.
Mas há duas formas de pisar o chão pátrio: a dos ricos e a dos pobres.
Isso explica por que os grandes agronegocistas brasileiros estão pressionando o governo e o Congresso, a fim de que sejam abolidas as restrições (já de si débeis) à aquisição de terras nacionais pelos estrangeiros. Eles querem ganhar, ao se associarem aos capitais de fora ou participando da especulação de terras. Calcula-se que mais de 1% das terras brasileiras já pertençam, e de forma legalizada, aos alienígenas. A essa enorme área há que se acrescentar glebas imensas, adquiridas de forma subreptícia, e sem conhecimento público, porque os cartórios de imóveis estão dispensados de registrar a nacionalidade dos compradores.
O Congresso está para aprovar a flexibilização das leis que regulam o assunto, ao estender à agropecuária a Doutrina Fernando Henrique Cardoso, que considera empresa nacional qualquer uma que se estabelecer no Brasil, com o dinheiro vindo de onde vier e controlada por quem for, e que tenha sua sede em Nova Iorque ou nas Ilhas Virgens.
Nós tivemos, no século 19, uma equivocada política colonizadora, que concentrou, nos estados meridionais, a presença de imigrantes europeus.
Isso implicou a criação de enclaves culturais que se revelariam antinacionais, durante os anos 30 e 40 do século passado. Foi difícil ao Brasil conter a quinta-coluna nazista e fascista que se aliava ao projeto de Hitler de estabelecer, no Cone Sul, a sua Germânia Austral. O governo de Vargas foi compelido a atos de firmeza – alguns com violência – a fim de manter a nossa soberania na região. Só no Piauí, a venda de glebas aos estrangeiros aumentou em 138% entre 2007 e 2010. São terras especiais, como as do sudoeste da Bahia, que estão sendo ocupadas até mesmo por neozelandeses.
Estamos em momento histórico delicado, em que os recursos naturais passam a ser disputados com desespero por todos. As terras férteis e molhadas, de que somos os maiores senhores do mundo, são a garantia da sobrevivência no futuro que está chegando, célere. Nosso território não nos foi doado. Nós o conquistamos, e sobre ele mantivemos a soberania, com muito sangue e sacrifícios imensos. Não podemos cedê-los aos estrangeiros, a menos que estejamos dispostos a viver contidos em nossa própria pátria, desviando-nos das colônias estrangeiras, cada uma delas marcada por bandeira diferente.
Ao contrário da liberalização que pretendem alguns parlamentares do agronegócio, que esperam um investimento de 60 bilhões na produção de soja e milho transgênicos no país – o que devemos fazer, e com urgência, é restringir, mais ainda, a venda de terras aos estrangeiros, sejam pessoas físicas ou jurídicas. Do contrário, e em tempo relativamente curto, teremos que expulsá-los, seja de que forma for, e enfrentar, provavelmente, a retaliação bélica de seus países de origem.
É melhor evitar tudo isso, antes que seja tarde.


Números que não fecham

A candidata da coligação “Unidos por nossa gente”, Sirley Ceccatto (PSD), tem dito no horário eleitoral gratuito e no material de campanha, que nos dois anos dirigindo a Câmara de Vereadores de Caçador, economizou e devolveu para a Prefeitura mais de R$ 2,5 milhões. Fomos atrás dos números e constatamos que há uma meia verdade nessa afirmação. Primeiro porque Sirley ainda não encerrou o segundo ano a frente do legislativo. Sirley está na presidência há um ano e nove meses e, segundo um relatório da tesouraria da Prefeitura, devolveu para o executivo, em 2011, R$ 1.053.787,88. A informação é do secretário de Administração, Carlos Ribeiro dos Santos. De acordo Carlinhos a Câmara recebeu, em 2011, a importância de R$ 4.300.249,98 e gastou R$ 3.246.462,10. Em 2012, de acordo com o mesmo Carlinhos, os recursos destinados a Câmara já alcançaram R$ 3.031.593,57, mas até o momento nenhuma devolução ao Executivo foi realizada. Desta forma o valor devolvido a Prefeitura pela Câmara - que é composta por dez vereadores - chega a pouco mais de R$ 1 milhão e bem distante dos R$ 2,5 milhões que a candidata afirma, de forma isolada, ter devolvido. 


Candidatos na TV

Foi gravado ontem e vão ao ar nesta quinta-feira (27) as entrevistas que a equipe da RBS TV fez com os candidatos a prefeito de Caçador: Beto Comazzetto (PMDB), Darci Ribeiro (PDT) e Sirley Ceccatto (PSD). As entrevistas serão exibidas no RBS Notícias, às 19h, e fazem parte da série onde a emissora apresenta os candidatos das principais cidades da região. Ontem apresentaram suas propostas os candidatos de Campos Novos.


Encontro de candidatos

A CDL realiza nesta quinta-feira (27), às 20h, na Câmara Municipal, o “Encontro com os Candidatos a Prefeito de Caçador”, para debater assuntos de interesse da classe e da comunidade com os candidatos a prefeito de Caçador. Na ocasião os candidatos Beto Comazzetto (PMDB), Darci Ribeiro (PDT) e Sirley Ceccatto (PSD) irão apresentar seus planos de governo e responder perguntas encaminhados pelos associados da CDL.


Prefeito condenado

O prefeito de Santa Terezinha do Progresso, Itacir Detofol, no oeste de SC, foi condenado à perda do cargo, ressarcimento integral de danos mais multa no mesmo valor, suspensão dos direitos políticos por oito anos, e proibição de contratar com o poder público por 10 anos. O prefeito foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por utilizar  indevidamente de caminhões terceirizados, contratados pela Prefeitura por licitação, para prestação de serviços particulares de transporte de material e operários na construção de uma usina hidrelétrica, de sua propriedade, mas em nome de "laranjas". Além de utilizar automóveis pertencentes à municipalidade para transporte de operários até a obra. O prefeito já responde a oito ações civis públicas e sete ações criminais, sendo que em uma delas, atualmente em grau de recurso, foi condenado a 14 anos e 11 meses de prisão. Cabe recurso da decisão.


Igualdade de condições

Desde o dia em que a Justiça Eleitoral de Caçador mandou a prefeitura retirar do site as informações sobre as obras que estão sendo feitas pela administração municipal, um questionamento não me sai da cabeça. Daqui a dois anos teremos eleições para governadores, deputados e presidente. Em Santa Catarina já é dada como certa a candidatura do governador Raimundo Colombo a reeleição. E aqui esta o nó. Colombo candidato vai utilizar as suas obras como estratégia de conquista de votos e as notícias sobre elas estarão no site do governo. Será que a justiça vai mandar retirar as informações do site? Nas eleições anteriores isto não aconteceu, até porque o candidato Luiz Henrique da Silveira pediu licença do cargo. Mas a questão permanece e vamos aguardar o desfecho.

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