quarta-feira, 11 de julho de 2012

História


As três versões da Ponte do Trabalhador


A primeira versão da ponte, totalmente de madeira, foi erguida entre os anos de 1940 e 1945


Em poucos dias estará pronta a terceira versão da Ponte do Trabalhador, uma das mais antigas ligações entre as duas margens do Rio do Peixe em Caçador. Por falta de registros precisos - um traço da cultura caçadorense de dar pouco ou nenhum valor para sua história - não é possível precisar a data exata de construção da primeira versão da ponte, totalmente de madeira, apenas que foi erguida entre os anos de 1940 e 1945.
             
O responsável pelo Arquivo Histórico de Caçador, Júlio Corrente, pela pesquisa que realizou no material existente, algumas fotos e jornais da época, acredita que a ponte foi construída na administração de Manoel Siqueira Bello, responsável pela introdução de diversas melhorias na Caçador que nascia. Bello, que depois foi deputado estadual em duas legislaturas, (1951 — 1955), teve a visão de uma cidade planejada, com ruas largas e vários serviços, mas infelizmente não conseguiu implementar tudo que idealizou.
                Mas esta é uma história para outra reportagem então vamos nos concentrar na Ponte do Trabalhador, que só ganhou este nome depois da enchente de julho de 1983, quando a primeira versão da ponte foi levada pelas águas do Rio do Peixe. Assim como a Pinguela da Beira Rio, que também era de madeira, e a Ponte Antônio Bortolon, também destruída pelas cheias. 
                A Ponte do trabalhador foi reconstruída no ano seguinte, em 1984, na administração de Onélio Francisco Menta. Mas o sistema construtivo já não empregou mais madeira em toda a obra, como era a ponte destruída e semelhante a ponte que ligava a Vila Paraíso ao Centro (próximo a Praça da Imbuia, foto 2), hoje totalmente em concreto. Foi reconstruída com um misto de materiais, sendo de concreto e metal os pilares e as vigas, de trilhos de ferro a sustentação do piso e de madeira a passagem de veículos e pedestres.      
                Depois da reconstrução a ponte ainda passaria por mais uma transformação, sendo substituído guarda corpo de madeira e tela por um de ferro que permanece até os dias atuais. Da antiga e pioneira ponte não restou nenhum registro fotográfico conhecido, a não ser que alguém tenha uma foto em acervo particular. No arquivo histórico de Caçador a foto onde é possível ver a ponte o contexto é a cidade e não é possível ver os detalhes construtivos.

CAÇANJURÊ - Foi nesta mesma época, década de 40, que um fato curioso aconteceu em Caçador. Fato narrado pelo pioneira Domingos Paganelli em seu livro “Sobre Vida”. Conta Paganelli que uma Lei Federal da época instituiu que não poderiam existir dois municípios brasileiros com nomes iguais. Como também existia em São Paulo um município de nome Caçador, foi cogitada a mudança de nome para Caçanjurê, por sugestão de Manoel Siqueira Bello.
                Mas Domingos Paganelli sugeriu uma consulta ao departamento de Geografia e Estatística do Governo Federal e foi comprovado que o nome de Caçador estava vinculado à criação da estação ferroviária Rio Caçador, inaugurada em 1910. Portanto a nossa Caçador era mais antiga que a Caçador paulista e o nome foi efetivado.



Reconstrução do Ponte do Trabalhador após as enchentes de 1983.

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